Estatuída em dezembro de 2006 para lançar o “compêndio” com os textos de fundação do Instituto (2001), a Editora do IDII nasceu para publicar títulos relacionados à história do movimento abolicionista, do Terceiro Reinado, do exílio da família imperial brasileira e de personagens oitocentistas e da transição do século XIX para o XX.
Desde 2013, o IDII se associou à editora paulista Linotipo Digital no afã de publicar esses trabalhos, por intermédio de contratos de parceria.A partir de 2021, com vistas às comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, o Instituto e o Senado Federal formularam parceria, para publicação de livros e outras ações programáticas.
Livro Alegrias e Tristezas (2019)
Em 2016, completaram-se os 170 anos de nascimento de D. Isabel do Brasil (1846-1921). Somando esforços para homenagear a regente do Império que sancionou a Lei Áurea (Lei n. 3.353/1888), o Museu Imperial, o Instituto Histórico de Petrópolis e o IDII organizaram eventos conjuntos, que podem ser apreciados aqui: https://idisabel.wordpress.com/170-anos/
Na ocasião, o historiador, advogado e indigenista da Funai, Bruno da Silva Antunes de Cerqueira, convidou a historiadora e arquivista Maria de Fátima Moraes Argon — que chefiou o Arquivo Histórico do Museu Imperial por mais de trinta anos — para escreverem um livro que desse conta das mais variadas interpretações sobre a figura isabelina ao longo dos séculos XIX e XX, e que chegam aos nossos dias. A ideia era concatenar as décadas de pesquisa especificamente sobre a mulher que aboliu a escravidão no Brasil em uma obra de referência, a ser utilizada por historiadores, mas também por pessoas não versadas em historiografia. O nome do projeto não podia ser outro senão aquele dado pela própria Dona Isabel a sua biografia: “Alegrias e Tristezas”, texto redigido em 1908, no exílio.
No livro “Alegrias e Tristezas: estudos sobre a autobiografia de D. Isabel do Brasil”, Fátima Argon expõe a escrita de si no percurso biográfico daquela que teria sido D. Isabel I na transição do XIX para o XX, analisando não somente a forma como se via, e ao mundo, mas como via seus pais, marido, filhos, familiares, súditos e muitos amigos; e como era vista por eles. Argon minudencia o aspecto da formação da herdeira e sucessora de D. Pedro II (1825-1891), que chega a escrever em carta para a filha que tudo que empreendeu em matéria de se instruir foi para que a filha tivesse a melhor formação.
Já Bruno Antunes de Cerqueira analisa as implicações teóricas que a história da historiografia da personagem aportam aos estudos sobre a transição do Império para a República e a “Belle Époque” no Brasil. Em diálogo com todos os biógrafos de D. Isabel, se desnudam os menoscabos, mas também os panegíricos que descreveram a regente do Império. A proposta teórica do livro, em ambos os autores, é mostrar que D. Isabel é caricaturizada tanto pelos seus inimigos, como pelos seus cultores.
O livro traz ainda os demais textos autobiográficos de D. Isabel e aquilo que os autores chamaram de “Cronologia isabelina e isabelista”, em que ressaltam momentos-chave da história do Brasil antes, durante e após a morte da “Abraham Lincoln do Brasil”, como a chama o professor norte-americano James Longo. Por fim, um apêndice com todos os homens e mulheres que D. Isabel nobilitou, pessoalmente, em suas três regências, ou por vias transversas, recorrendo aos préstimos da Santa Sé e do Reino de Portugal, aponta um dos lapsos mais recorrentes da historiografia brasileira: o de que o Império “caiu de podre”, teve uma espécie de “abiogênese” e que não havia apoiamentos para o Terceiro Reinado isabelino. A contrafacutlidade dá lugar à “factualidade submersa”, com décadas de desdém historiográfico pela vida e os engajamentos não somente da princesa-imperatriz, como dos isabelistas e, em especial, das isabelistas.
A regente do Império que sai da pesquisa, encetada pelos dois autores durante, no mínimo, os vinte anos anteriores à publicação, nada tem a ver com a personagem minimizada pela historiografia convencional, assim como se distancia do pálido e eventualmente caricato objeto de culto do abolicionismo monarquista. Segundo Teresa Malatian (Unesp), prefaciadora da obra, e Lucia Paschoal Guimarães (Uerj), o livro responde à maior parte dos questionamentos que se colocam sobre a participação isabelina e dos isabelistas no processo abolicionista no Brasil.
De outro lado, a catolicidade de D. Isabel é esmerilhada até o ponto em que se torne possível a compreensão de uma “rede de sentidos” para uma hipotética canonização dela por parte do Vaticano.
Incluindo fotos absolutamente inéditas, o livro é, sem dúvida, a mais completa pesquisa acadêmica já publicada sobre a vida da regente do Império e imperatriz exilada dos brasileiros. Lançado em 28 de setembro de 2019, no antigo Palacio da Princeza, em Petrópolis, a própria residência isabelina, o livro teve ainda lançamentos presenciais no Rio, em São Paulo, na Câmara dos Deputados em Brasília, na Embaixada do Brasil em Lisboa, em São Luís (MA), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Belo Horizonte (MG) e Juiz de Fora (MG). A pandemia de Covid-19 impediu os demais lançamentos no Brasil e, no início de 2021, a tiragem de 1000 exemplares se esgotou.
Para acessar o clipping de algumas das matérias que veicularam os lançamentos do livro “Alegrias e Tristezas”, assim como textos de resenha, vá à seção “D. Isabel I”.
Livro O Príncipe Soldado (2018)
parceria IDII e LD
O livro “O Príncipe Soldado”, da historiadora paulista Teresa Malatian, traz aos leitores uma biografia de D. Antonio de Orleans e Bragança (1881-1918), terceiro filho da Princesa D. Isabel e do Conde d’Eu, cuja existência se passou em grande parte na Europa, pois ainda menino seguiu para o exílio com a família imperial, após a chamada “Proclamação da República”, no Brasil (1889).
Estudar sua trajetória de vida é desvendar meandros pouco conhecidos do neto caçula de D. Pedro II; sua carreira militar no Império Austro-Húngaro e seu final trágico no contexto da Primeira Guerra Mundial.
Conforme afirmam os Professores Estêvão Martins, Robert Daibert Jr. e Bruno Antunes de Cerqueira nos textos de prefácio, contracapa e orelha, D. Antonio teve vida curta, mas percorrê-la significa trilhar caminhos inusitados da História, pois a correspondência por ele trocada com o pai e os diários da época fornecem informações preciosas sobre sua vida de militar, o cotidiano na frente de batalha, a guerra nas trincheiras e as transformações técnicas de um conflito que começou com o tradicional uso da cavalaria e terminou com os ataques realizados pela aviação.
A obra é mais uma das parcerias entre a editora paulista Linotipo Digital e o Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora, entidade neoabolicionista fundada no Rio de Janeiro e hoje sediada em Brasília.
Livro O Imperador no Exílio (2013 / 2018)
parceria IDII e LD
O livro “O Imperador no exílio” trata dos últimos dias de D. Pedro II na França, desde a partida forçada da família imperial brasileira em novembro de 1889 até o falecimento do imperador sexagenário, que aparentava ser octogenário, em Paris, em 1891.
Enquanto texto, o livro é dirigido a D. Isabel, que pela ótica do autor, Affonso Celso de Assis Figueiredo Junior, Conde de Affonso Celso (1860-1938), era a imperatriz do Brasil no exílio; daí o tratamento protocolar empregado, de “Majestade”, em diversos momentos.
O autor era o primogênito do Visconde de Ouro Preto, último presidente do Conselho de Ministros do Império. A família Ouro Preto foi igualmente banida pelo golpe militar de 1889 e se dirigiu ao exílio com os imperantes. Durante a estadia em Paris, o deputado abolicionista Affonso Celso Junior se transforma: de sério crítico do regime monárquico no Brasil, ele gradualmente se torna apoiador inconteste dos exilados.
A obra, primeira parceria entre a Linotipo Digital e o Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora, é acompanhada por uma pequena biografia do Conde de Affonso Celso, de autoria do historiador e advogado Bruno da Silva Antunes de Cerqueira, e um glossário.
Livro Diálogos Monárquicos (2007)
Diálogos Monárquicos é a conversa de um avô professoral com seu neto estudante.
Com este livro, Otto de Alencar de Sá Pereira (1932-2017) — fundador do Instituto e professor de História e de Cultura Brasileira na Universidade Católica de Petrópolis durante três décadas — homenageia todos os seus alunos, sintetizados na figura de Joãozinho, assim como enaltece a figura dos avós de antigamente, ouvidos, respeitados e consultados por seu netos.
Dr. Ricardo, fidalgo brasileiro tipificado pelo autor, é um gentilíssimo senhor que auxilia os netos queridos nas atribuições escolares e se preocupa vivamente com a formação do caráter de seus descendentes. As trocas geracionais marcam toda a obra e, ainda que não haja conflitos claros, sobram exemplos de uma ternura familiar que deve ser almejada por todos.
O livro é uma aula de História do princípio ao fim, revelando inúmeras passagens de nossa construção identitária nacional e das construções de outros povos onde o papel da Monarquia não pode, sob hipótese alguma, ser menosprezado.
O livro Diálogos Monárquicos é fruto de quase dez anos de pertinaz dedicação de seu autor. Nele, Prof. Otto advoga a restauração de uma civilização cristã onde a hierarquia seja o cerne da sociedade e as máximas virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) reinem soberanamente.
Trata-se de livro de subjetividade transbordante, mesmo que sob as cortinas de uma apoteose mozartiana ou handeliana; vide a ladainha que o inicia e a bênção sacerdotal que o encerra.
O livro é prefaciado pelo saudoso médico-filósofo Sebastião Leite Abreu Perlingeiro (1933-2014) e tem orelhas e legendas de Bruno A. de Cerqueira.
Livro D. Isabel I a Redentora (2006)
Reunindo os textos de fundação do IDII e uma monografia sobre a memória daquela que teria governado o Brasil da década de 1890 à de 1920, o livro “D. Isabel I a Redentora. Textos e documentos sobre a imperatriz exilada do Brasil” visava trazer ao público material inédito sobre D. Isabel e sua obra em nosso país.
O livro, hoje esgotado, é um introito à história de D. Isabel, organizado por Bruno Antunes de Cerqueira e prefaciado pela historiadora Beatriz Kushnir. A orelha é da historiadora Mary del Priore.